Sempre me fascinou a surpresa que um bebé apresenta em cada repetição de uma acção desejada. Aquelas brincadeiras do cucú a esconder a face e a aparecer e a forma sempre nova como se espantam quando o próximo cucú acontece.
Manter a curiosidade perante a repetição. Passar diariamente pela mesma planta junto à mesma janela e reparar que poucas vezes reparo nela. Curiosamente, é no instante em que olho a planta pela segunda vez que percebo que nada se repete naquela repetição.
É difícil, através da fotografia, falar de uma presença sem mediação pois, em certa medida, a fotografia surge sempre exactamente como a mediação de uma presença.
No melhor dos casos, estas imagens esconde a face entre os cucús.
Falta ainda que as desviemos e olhemos outra vez o que propõem.
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