Oiço esta palestra, ou este excerto de palestra, de Philip
Zimbardo e a questão intriga-me. A vivência do tempo varia consoante o local. Parece
que se planeia mais em certos sítios. Parece que na Sicília, o dialeto nem
prevê conjugações de verbos no futuro. Parece. Parece, sobretudo, que, a ser
verdade, toda esta história da globalização seria uma enorme confusão. Na verdade,
devo corrigir: parece que, a ser assim, toda esta história da globalização, na
forma a que assistimos hoje em dia, redunda necessariamente nisto. É um pouco
da mesma forma como se falam línguas diferentes, com articulações e formas de
pensamento diferentes. Não é por acaso, e vai mais longe do que se pensava!
Diz ele que há seis formas de encarar o tempo: uma
orientação para o passado que pode ser positiva, de guardar álbuns de família e
dos bons velhos tempos, ou negativa, lembrando tudo o que correu mal. Depois,
há aqueles que vivem no presente, procurando o prazer e evitando a dor, não
planeando nada nem sentindo necessidade disso. Há ainda aqueles que estão
orientados para o futuro, adiando recompensas, trabalhando para objetivos
distantes no tempo com esperança num resultado melhor.
Se pensarmos no que é melhor ou pior para poder escolher, o
que faremos? E, se cada um de nós pensar na sua forma de ver o tempo e decidir
como se sente melhor consigo mesmo, como será? E como se relacionará com outros
com outra perspectiva de tempo?
Um exemplo desta palestra, o facto de as zonas equatoriais
serem muito mais voltadas para o presente por as variações climatéricas serem
menores, intriga-me. O que se passará numa zona de grande amplitude térmica? Ou
numa zona com inverno rigoroso ou um verão rigoroso? O que se passará nas zonas
em que há seis meses de luz? E como é que isso molda as pessoas?
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